Escolas da rede estadual obtêm ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Tecnologia 2025 - Governo do Estado do Ceará

16 de julho de 2025 – 14:13
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16 de julho de 2025 – 14:13 #bronze #Olimpíada Brasileira de Tecnologia 2025 #Ouro #prata #reconhecimento Processo Integração de saberes Formação Escolas cearenses que obtiveram Menção Honrosa na OBT 2025:Compartilhar

Bruno Mota – Ascom Seduc – Texto

Aquivos pessoais – Foto

Equipes da rede pública estadual de ensino cearense estão entre as melhores do país na Olimpíada Brasileira de Tecnologia (OBT) 2025. Ao todo, foram seis medalhas conquistadas pelos representantes do estado, sendo uma de ouro, duas de prata e três de bronze, além de oito menções honrosas. O destaque foi para a Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) José Vidal Alves, localizada em Canindé, que se sagrou com um ouro e um bronze. O projeto premiado com a medalha dourada foi, ainda, reconhecido como o melhor de todo o certame na categoria que abrange escolas de ensino médio técnico, colégios militares, institutos federais e estabelecimentos similares.

A EEEP Professor Sebastião Vasconcelos Sobrinho, situada em Tianguá, também obteve desempenho significativo na Olimpíada, tendo levado prata e bronze. As outras medalhas foram para as EEEPs Francisco Paiva Tavares (prata) e José Victor Fontenelle Filho (bronze).

A OBT é uma olimpíada que visa explorar o mundo da Tecnologia da Informação (TI), com a premissa de que as ferramentas digitais podem ser meios para a geração de soluções efetivas às demandas da sociedade, assim como ao desenvolvimento socioeconômico. A ação é promovida pelo Instituto Alpha Lumen de apoio ao talento (IAL) e o Massachusetts Institute of Technology Brazil (MIT Brazil). A Olimpíada foi realizada virtualmente por uma plataforma especialmente desenvolvida para o certame.

Os times medalhistas foram convidados a participar da Escola Avançada Tecnologia, evento de caráter imersivo que teve início na última segunda-feira (14) e segue até a próxima sexta-feira (19), de forma presencial, em São José dos Campos-SP. A delegação cearense teve as despesas de viagem custeadas pela Secretaria da Educação do Estado (Seduc).

Processo

Ao longo da Olimpíada, os participantes foram desafiados a resolver problemas de matemática aplicada e lógica computacional. Para tanto, tiveram que pesquisar e apresentar problemas presentes em suas comunidades locais, regionais ou nacionais, associados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e a partir daí prototipar soluções.

A equipe campeã, denominada “Os Freudianos”, proveniente da EEEP José Vidal, apresentou o projeto intitulado “Talky”, que consiste numa ferramenta virtual concebida para aprimorar a comunicação entre pacientes e profissionais da saúde mental. Por meio de um aplicativo para celular, criou-se um espaço de comunicação contínua entre terapeuta e paciente, integrado ao acompanhamento psicológico, com o fito de melhorar o vínculo entre ambos fora das sessões, promovendo o autocuidado e atrelando a tecnologia como aliada da empatia, da escuta e da transformação pessoal.

A iniciativa foi orientada pela professora Natanaelly Almeida, que atualmente coordena o Eixo de Informação e Comunicação na EEEP José Vidal Alves, além de ministrar diversos componentes curriculares da base técnica.

Integração de saberes

A educadora explica que o desafio matemático proposto na primeira fase da OBT não envolve apenas a aplicação de fórmulas, mas requer pensamento crítico e noção sobre todas as áreas do conhecimento. Já na segunda fase, conforme Natanaelly, os estudantes puderam colocar em prática tudo o que aprenderam no currículo formativo da parte técnica. Por fim, na terceira fase, há o “Desafio do App”, em que os alunos desenvolvem o aplicativo e o apresentam, em São José dos Campos.

“Minha missão é formar profissionais qualificados na área de tecnologia, a fim de resolverem problemas. A tecnologia, na nossa formação, é de fato o meio pelo qual podemos proporcionar soluções viáveis, que possam ser usadas para melhorar e ajudar a sociedade. Com o Talky, queremos dar voz ao silêncio e transformar a relação entre terapeutas e pacientes em uma jornada mais conectada, autêntica e eficaz”, ressalta a professora.

Não é a primeira vez que a EEEP José Vidal Alves participa da OBT. Em 2024, a instituição de ensino esteve presente com quatro equipes e obteve uma medalha de prata, duas de bronze e uma menção honrosa.

Neste ano, apenas 1% dos times de melhor performance de cada categoria (o que correspondeu a quatro grupos) recebeu medalha de ouro. “Nosso time foi o melhor ouro da categoria. Isso quer dizer que, na avaliação do júri de especialistas, apresentamos o melhor projeto”, detalha Natanaelly.

Dos quatro grupos medalhistas de ouro na OBT por esta categoria, três são do Nordeste. Além do Ceará, também conquistaram a insígnia dourada os estados do Rio Grande do Norte e do Piauí, desta mesma região.

Formação

Cada time inscrito na OBT é composto por duas equipes, uma de matemática/técnica e outra de empreendedorismo social. A partir da segunda fase, as equipes matemática/técnica e social se juntam para realizar a atividade proposta na etapa.

O estudante Pedro Levi Jucá, de 17 anos, cursa a 3ª série do curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas na EEEP José Vidal Alves e ajudou a construir o projeto Talky. Agora, o jovem apresenta a iniciativa na Semana EAT, junto com as colegas Nicole Lopes e Maria Clara Ribeiro, ambas colegas de curso. Também compuseram o time os alunos Davi Lucas Alves, João Pedro Vieira e Mairon Rocha, do curso técnico em Redes de Computadores.

Pedro Levi está participando pela segunda vez da OBT, e diz que as experiências têm-lhe proporcionado “aprendizados incontáveis”, como habilidades inter e intrapessoais, paciência e perseverança.

“O Talky vai além da equipe Freudianos. É um projeto social, e assim continuará sendo. Nosso objetivo é torná-lo multiplataforma e profissionalizá-lo, levando-o ao SUS. O desejo é expandi-lo para ajudar ainda mais pessoas, independentemente de sua condição socioeconômica. Apesar de ainda não contarmos com os recursos necessários, a equipe tem como meta a melhoria e o aprimoramento contínuo da plataforma. Afinal, se já foi reconhecida nacionalmente, por que não alcançar reconhecimento internacional?”, projeta.

Para o projeto alcançar tal resultado, de acordo com Pedro Levi, foi necessário superar alguns desafios, como horas de sono reduzidas, pensamentos divergentes entre os membros da equipe e refeições não realizadas devido à correria. “Essas questões nos impulsionaram a continuar e voltar com ainda mais determinação. Acredito que isso foi nosso desígnio e nossa motivação: o desafio de melhorar a saúde mental das pessoas. E conseguimos provar que a tecnologia não é uma agravante, mas sim um agente estimulador no aspecto psicossocial da nossa comunidade”, salienta.